Quais anestésicos devem ser escolhidos ? Avalie a necessidade ou não de incluir fármacos analgésicos opioides


Você faz parte da equipe de um centro cirúrgico de um hospital no interior de São Paulo, onde este idoso irá realizar a cirurgia de derivação fêmoro-poplítea. Antes do procedimento operatório, a enfermeira realizou a medicação dos seguintes sinais vitais: temperatura 36,8 °C, pressão arterial de 168/100 mmHg, frequência cardíaca de 78 bpm, saturação de oxigênio por oximêtro de pulso 96% com respiração em ar ambiente e dor de 5/10 na perna direita.


Como o anestesista da equipe médica, você deve fazer todo o planejamento de quais anestésicos devem ser escolhidos, tanto para a indução tanto para a manutenção da anestesia. Você ainda deve considerar : algum adjuvante anestésico deve ser usado nessa anestesia ?  Por fim, avalie a necessidade ou não de incluir fármacos analgésicos opioides em associação com os anestésicos opioides em associação com os anestésicos selecionados 

O propofol é o fármaco anestésico mais utilizado para indução da anestesia




Para garantir sedação noturna, diminuição da ansiedade, amnésia e redução de doses de agentes anestésicos usados na indução, usam-se ansiolíticos (diazepam e midazolam).

Necessitando-se de analgesia, selecionam-se analgésicos opioides (morfina e fentanila) que também favorecem o emprego de menores doses anestésicas, tendo em vista seus efeitos depressores sobre o sistema nervoso central

Cloridrato de midazolam é benzodiazepínico que permite utilização por via intramuscular e tem efeito mais previsível na indução anestésica do que diazepam, necessitando menor ajuste de doses. Produz inconsciência e amnésia rapidamente (pico em 2-3 minutos). Provoca mínima irritação venosa em comparação a diazepam. Seu curto efeito é vantajoso em cirurgias de ambulatório, procedimentos diagnósticos e anestesias regionais. Midazolam é encontrado em solução oral, o que permite o uso em fases de pré-tratamento farmacológico e indução anestésica em crianças. Para sedação em unidades de cuidados intensivos, concentrações sanguíneas de midazolam, depois de infusão contínua prolongada, cairão mais rapidamente que as de diazepam e lorazepam, em razão de maior depuração hepática. Assim, pacientes, recebendo durante dias infusão contínua ou doses repetidas em bolo de midazolam, devem acordar mais rapidamente que aqueles que receberam diazepam ou lorazepam3 (ver monografia, página 853).

Diazepam é benzodiazepínico com propriedades hipnóticas, ansiolíticas, amnésicas e de relaxamento muscular de origem central. Uso concomitante a anestésicos gerais permite reduzir as doses deles, com menos efeitos adversos. Não tem propriedade analgésica, mas permite redução das doses de opioides. Pode ser usado empré-tratamento farmacológico anestésico, indução e manutenção da anestesia. Em revisão Cochrane14, que incluiu 16 ensaios clínicos randomizados e controlados por placebo, o emprego de pré-tratamento com ansiolítico (midazolam 15 mg, triazolam 0,25 mg, diazepam 10 mg) não retardou o tempo de alta do hospital em pacientes submetidos a cirurgias de ambulatório sob anestesia geral, embora a função psicomotora estivesse ainda diminuída. No entanto, tendo em vista a variedade de faixa etária e técnicas anestésicas empregadas, deve-se ter cautela quanto às inferências. Apesar da ampla margem de segurança dos benzodiazepínicos, a função respiratória sempre deve ter monitoria durante seu uso3 (ver monografia, página 628).

Sulfato de morfina, protótipo do grupo dos analgésicos opioides, pode ser empregado em pré-tratamento farmacológico quando há presença de dor, antes da indução e durante a manutenção da anestesia para dar potência na sedação e no pós-operatório para obtenção de analgesia. No entanto, administrada na ausência de dor, pode induzir disforia e alta frequência de outros efeitos adversos (náuseas, vômitos, depressão respiratória e agitação ocasional). Por ter início e duração de efeito mais prolongados que fentanila, deve ser prescrita como coadjuvante de anestesias prolongadas e para analgesia pós-operatória1(ver monografia, página 991).

                                        



O QUE SÃO FÁRMACOS PARA INDUÇÃO ANESTÉSICA?

São fármacos que, quando administrados por via endovenosa em dose adequada, causam rápida perda
de consciência. Isso é frequentemente descrito como “um tempo braço-cérebro”, que significa o tempo
necessário para que o fármaco chegue do local de injeção (geralmente o braço) até o cérebro, seu sítio
de ação.


São utilizados:

▪ Para induzir a anestesia, anteriormente à administração de drogas para manutenção da
anestesia.
▪ Como droga única para procedimentos rápidos.
▪ Para a manutenção da anestesia para procedimentos mais longos por meio de infusão
endovenosa contínua.
▪ Para promover sedação

As drogas mais comuns
utilizadas no momento podem ser classificadas de acordo com sua estrutura química, e incluem:

▪ Barbitúricos
▪ Fenóis
▪ Imidazóis
▪ Fenciclidinas
▪ Benzodiazepínicos

Os benzodiazepínicos são classificados conforme sua duração de ação, que pode ser a seguinte:




Paciente com história de insuficiência cardíaca necessita de anestesia geral. Que agente de
indução você usaria?

Essa é uma pergunta difícil para a qual não há necessariamente uma resposta correta. Para muitos
clínicos, o etomidato seria a droga de escolha devido ao seu efeito limitado sobre o sistema
cardiovascular. Contudo, outros anestesistas evitariam por completo o uso do etomidato devido à sua ação sobre a síntese esteroidal. A ketamina poderia também ser considerada como
consequência da sua estabilidade cardiovascular relativa. O propofol e o tiopental também são
opções, porém causam potencialmente mais depressão cardiovascular. A questão essencial é que
qualquer agente de indução que seja escolhido deve ser utilizado na menor dose possível,
administrado lentamente e titulado conforme seu efeito. Monitorização invasiva da pressão arterial
deve ser considerada, se disponível

Qual agente de indução se presta adequadamente para anestesia no âmbito pré-hospitalar?

A ketamina é o agente mais utilizado no ambiente pré-hospitalar e em campos de batalha. Sua
estabilidade hemodinâmica se adequa bem ao uso em pacientes chocados, e a ventilação e os
reflexos de via aérea estão bem preservados quando equipamentos avançados de suporte à via
aérea não estão disponíveis ou não são práticos. Outra vantagem é o seu potente efeito analgésico.


https://www.medicinanet.com.br/conteudos/biblioteca/2583/medicamentos_adjuvantes_da_anestesia_geral_e_usados_em_procedimentos_anestesicos_de_curta_duracao.htm

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