
Câmara Aprova Projeto que Aumenta Pena por Homicídio Contra Profissionais de Saúde
A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que aumenta significativamente as penas para crimes cometidos contra profissionais de saúde no exercício de suas funções. O PL 6749/16, de autoria do ex-deputado Goulart e relatado pelo deputado Bruno Farias (Avante-MG), eleva a pena para homicídio qualificado de 12 a 30 anos de prisão, além de incluir o crime na lista de hediondos. A proposta também prevê penas mais duras para lesão corporal, constrangimento, injúria e desacato contra esses profissionais.
O texto segue agora para análise do Senado Federal e, se aprovado, representará um importante avanço na proteção dos trabalhadores da saúde, que enfrentam altos índices de violência em hospitais, clínicas e unidades de atendimento.
Neste artigo, vamos detalhar as principais mudanças, o contexto por trás da proposta e os impactos que essa legislação pode trazer para a segurança dos profissionais de saúde e educação.
O Que Muda com o Projeto de Lei?
1. Homicídio Contra Profissionais de Saúde Vira Crime Hediondo
Atualmente, o homicídio simples prevê pena de 6 a 20 anos de prisão. Com a nova lei, se o crime for cometido contra um profissional de saúde em atividade ou em razão dela, a pena sobe para 12 a 30 anos e passa a ser considerado crime hediondo, o que torna a progressão de regime mais difícil.
Além disso, lesões corporais gravíssimas ou que resultem em morte também serão enquadradas como hediondas.
2. Aumento de Pena para Constrangimento e Ameaça
O projeto prevê penas em dobro para crimes como:
Constrangimento ilegal (violência ou grave ameaça) → Pena sobe de 3 meses a 1 ano para 6 meses a 2 anos.
Incitação pública ao crime → Pena sobe de 3 a 6 meses para 6 meses a 1 ano.
3. Injúria, Calúnia e Difamação com Penas Aumentadas
Se cometidos contra profissionais de saúde ou educação, os crimes terão aumento de 1/3 na pena:
Injúria
Calúnia
Difamação
Além disso, a ameaça terá pena em dobro (de 1 a 6 meses para 2 meses a 1 ano), e o desacato a funcionário público passará de 6 meses a 2 anos para 1 a 4 anos.
Por Que Essa Lei é Necessária?
Crescimento da Violência Contra Profissionais de Saúde
Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) mostram que o Brasil está entre os países com maior número de agressões a médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Durante a pandemia de Covid-19, esse cenário piorou, com relatos de agressões físicas e verbais em hospitais.
O deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO) destacou que proteger esses profissionais é garantir a segurança do SUS e dos pacientes que dependem dele.
Impacto na Qualidade do Atendimento
O relator Bruno Farias argumentou que um profissional amedrontado ou desrespeitado tem mais dificuldade em exercer sua função com empatia e eficiência. A insegurança pode levar a erros médicos, burnout e até abandono de profissão, agravando a crise na saúde pública.
Casos Recentes de Violência
Em 2020, deputados estaduais invadiram um hospital em Espírito Santo, gerando protestos.
Em 2023, um médico foi agredido por familiares de um paciente em São Paulo.
Profissionais de saúde relatam ameaças constantes em prontos-socorros.
Polêmicas e Críticas ao Projeto
Apesar do amplo apoio, alguns parlamentares levantaram preocupações:
1. Risco de Criminalizar Pacientes Pobres
A deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) alertou que o aumento de penas pode afetar famílias vulneráveis que, em momentos de desespero, reagem com violência devido à falta de estrutura do SUS.
2. Medidas Contra Profissionais de Educação
O texto também aumenta penas para crimes contra professores, o que gerou debates. A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) criticou a possibilidade de o projeto ser usado para perseguir alunos com opiniões divergentes.
3. Excesso de Punitivismo
O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) questionou se a lei poderia ser usada para censurar críticas legítimas a profissionais que falham em seus deveres, como ausência em plantões.
Próximos Passos: Quando a Lei Pode Entrar em Vigor?
O projeto segue para o Senado, onde pode sofrer alterações antes de ser enviado à sanção presidencial. Se aprovado, entrará em vigor assim que for publicado no Diário Oficial da União.
Um Avanço na Proteção aos Profissionais
A aprovação do PL 6749/16 representa um marco na defesa dos profissionais de saúde e educação, setores essenciais que enfrentam violência crescente. Se implementada, a lei pode:
✅ Reduzir agressões em hospitais e escolas.
✅ Garantir maior segurança para quem cuida da população.
✅ Valorizar essas profissões, melhorando a qualidade dos serviços públicos.
No entanto, é preciso equilíbrio para evitar excessos e garantir que a lei não seja usada para criminalizar pacientes ou alunos em situações de conflito.
Acompanhe as atualizações sobre essa e outras leis no nosso site!
Nenhum comentário:
Postar um comentário