FDA aprova medicamento injetável contra o HIV com eficácia de 99,9% com Duas aplicações anuais

Lenacapavir (Yeztugo): A Revolução na Prevenção do HIV com Duas Aplicações Anuais e os Desafios de Acesso no Brasil


A recente aprovação pela Food and Drug Administration (FDA) do lenacapavir (Yeztugo), um medicamento injetável para profilaxia pré-exposição (PrEP) contra o HIV com eficácia de 99,9%, representa um marco na luta global contra a AIDS. Desenvolvido pela Gilead Sciences, o fármaco exige apenas duas aplicações anuais, superando os desafios de adesão associados aos comprimidos diários. No entanto, enquanto países de baixa renda terão acesso a versões genéricas, o Brasil foi excluído do acordo de licenciamento, levantando preocupações sobre equidade no acesso e sustentabilidade financeira para o Sistema Único de Saúde (SUS).


Este artigo explora:

  • mecanismo de ação e a eficácia do lenacapavir;

  • Comparação com a PrEP oral disponível no SUS;

  • Os desafios de acesso em países de renda média, como o Brasil;

  • As implicações para políticas públicas e saúde global.


1. Lenacapavir (Yeztugo): O Avanço Científico de 2024


1.1. Mecanismo de Ação e Diferenciais

lenacapavir pertence a uma nova classe de antirretrovirais de ação prolongada, atuando como um inibidor da cápside do HIV. Diferentemente das vacinas, que estimulam o sistema imunológico, ele bloqueia a replicação viral enquanto permanece no organismo.

Principais características:

  • Aplicação semestral (2 doses/ano), via injeção subcutânea;

  • Eficácia de 99,9% em ensaios clínicos;

  • Não é uma vacina: a proteção cessa se as aplicações forem interrompidas.

1.2. Reconhecimento Internacional

A revista Science elegeu o lenacapavir como o "avanço científico de 2024", destacando seu potencial para revolucionar a prevenção do HIV. Estudos publicados no New England Journal of Medicine confirmaram sua eficácia quase total, mesmo em populações de alto risco.



2. PrEP Oral vs. Lenacapavir: Vantagens e Desafios


2.1. A PrEP no SUS: Sucessos e Limitações

Desde 2017, o SUS oferece PrEP oral (tenofovir + entricitabina), que reduz o risco de infecção em até 99% se usada corretamente. No entanto, desafios persistem:

  • Adesão: Comprometida pela necessidade de dose diária;

  • Falhas: Uso inconsistente aumenta o risco de infecção;

  • Estigma: Pessoas em vulnerabilidade podem evitar retirada mensal nos postos.

2.2. Por que o Lenacapavir é um Game-Changer?

  • Redução da carga de tratamento: Apenas 2 injeções/ano;

  • Discreto e conveniente: Elimina a necessidade de comprimidos diários;

  • Alta eficácia em populações-chave (profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, pessoas trans).


3. O Problema do Acesso: Por que o Brasil Ficou de Fora?


3.1. O Acordo da Gilead e a Exclusão de Países de Renda Média

A Gilead fechou parcerias com 6 laboratórios para produzir versões genéricas do lenacapavir, destinadas a 120 países pobres. O Brasil, classificado como nação de renda média, foi excluído, assim como:

  • África do Sul

  • Tailândia

  • México

Justificativa da Gilead:

  • Foco em países com sistemas de saúde frágeis;

  • Pressão de patentes: Países de renda média são vistos como mercados lucrativos para a versão original.

3.2. O Custo Proibitivo e o SUS

Estimativas iniciais apontam que o tratamento anual com Yeztugo pode custar:

  • US$ 25.395 – 44.918/ano (até R$ 271 mil) por paciente;

  • Inviável para o SUS, que hoje gasta cerca de R$ 300/ano por paciente em PrEP oral.

Possíveis soluções:

  • Licenciamento compulsório (como feito com antirretrovirais nos anos 2000);

  • Pressão por preços diferenciados em negociações com a Gilead;

  • Produção local via Farmanguinhos (Fiocruz).


4. Implicações para a Saúde Global e Justiça Sanitária


4.1. O Paradoxo dos Países de Renda Média

Muitos países excluídos do acordo, como o Brasil, são centros de pesquisa clínica para novos medicamentos, mas depois enfrentam barreiras de acesso. Isso gera um descompasso ético:

  • Ensaios clínicos são realizados em populações locais;

  • O produto final fica inacessível devido a custos elevados.

4.2. O Papel da OMS e da Sociedade Civil

Organizações como Médicos Sem Fronteiras (MSF) e UNAIDS já pressionam por:

  • Expansão de licenças genéricas para países de renda média;

  • Mecanismos de financiamento global (ex: Fundo Global de Combate à AIDS).


5. Conclusão: Entre a Inovação e a Equidade


lenacapavir é um dos maiores avanços na prevenção do HIV em décadas, mas seu impacto dependerá de:

  1. Redução de custos via produção em massa e quebra de barreiras patentárias;

  2. Inclusão do Brasil em acordos de acesso justo;

  3. Integração com políticas públicas de prevenção combinada (PrEP oral, testagem, profilaxia pós-exposição).

Enquanto o Yeztugo chega ao mercado em 2026, o Brasil precisa se preparar para garantir que essa inovação não seja um privilégio de poucos, mas uma ferramenta acessível no combate à epidemia de HIV/AIDS.


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