COMO É A MENTE COM TDAH


TDA ou TDAH? Entenda por que o termo "TDA" foi aposentado e o que isso significa para o diagnóstico


Você sabia que o termo TDA (Transtorno do Déficit de Atenção) deixou de ser usado oficialmente em 1994? Isso mesmo! Desde então, todo diagnóstico passou a incluir o “H” da hiperatividade, mesmo quando os sintomas não são visíveis de forma clássica ou externa.


Mas afinal, por que isso aconteceu? E o que isso muda na forma como enxergamos o transtorno? Se você ou alguém próximo apresenta sinais de desatenção, dificuldade de foco ou sensação de mente inquieta, este conteúdo é para você.



Por que o termo "TDA" caiu em desuso?


Até o início da década de 1990, era comum ouvirmos falar em TDA para casos em que a pessoa apresentava apenas o quadro de desatenção, sem os comportamentos mais agitados ou impulsivos. Já o TDAH era associado a indivíduos mais inquietos, impulsivos e com dificuldade de autocontrole motor e verbal.


No entanto, com a publicação do DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) em 1994, os especialistas passaram a entender que a hiperatividade não se manifesta apenas de forma física ou comportamental, mas também mental. Isso fez com que o termo TDA fosse substituído por TDAH como nomenclatura oficial para o transtorno, com diferentes tipos de apresentação.



A hiperatividade pode ser interna: o caso do perfil desatento


Muitas pessoas imaginam que, para ter TDAH, é preciso ser inquieto, falar demais ou ter comportamentos impulsivos. Isso pode dificultar ou atrasar o diagnóstico de quem apresenta o perfil predominantemente desatento, pois essas pessoas geralmente:

  • Não interrompem os outros.

  • Parecem calmas por fora.

  • Têm dificuldades de concentração, mas sem agitação física.

  • Sentem a mente constantemente acelerada ou dispersa.


Ou seja, a hiperatividade existe, mas de forma mental — como pensamentos rápidos, ansiedade constante ou dificuldade em desacelerar a mente.



Quais são os três subtipos do TDAH?


De acordo com os critérios atuais, o TDAH pode ser classificado em três formas:

  1. Predominantemente desatento: dificuldade de foco, esquecimento, distração frequente, organização precária.

  2. Predominantemente hiperativo/impulsivo: inquietação motora, fala excessiva, impulsividade.

  3. Combinado: presença de sintomas tanto de desatenção quanto de hiperatividade/impulsividade.

Essa classificação ajuda os profissionais de saúde a personalizarem o tratamento de acordo com o perfil de cada paciente.



O impacto do diagnóstico correto


Reconhecer que até mesmo o perfil desatento apresenta algum grau de hiperatividade (ainda que mental) é fundamental para o diagnóstico e para o início do tratamento. Muitas pessoas passam anos sem saber que têm TDAH justamente por não se identificarem com o estereótipo da hiperatividade física.


A consequência disso pode ser o sofrimento silencioso, baixa autoestima, procrastinação crônica, ansiedade e até depressão — tudo isso podendo ser minimizado com um diagnóstico adequado e acompanhamento profissional.


Conhecimento é ferramenta de libertação


Entender que o TDA não é mais uma nomenclatura válida, e que todo caso é TDAH, com manifestações diferentes, é um passo importante na luta contra o estigma e a favor de diagnósticos mais precisos.


Se você desconfia que possa ter o transtorno ou conhece alguém com sintomas semelhantes, procure um profissional especializado. O autoconhecimento pode ser o início de uma jornada transformadora.



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