HPV: Tudo o que um profissional de saúde deve saber

HPV: Tudo o que um profissional de saúde deve saber para orientar seus pacientes


O Papilomavírus Humano (HPV) é uma infecção sexualmente transmissível muito comum, que pode causar lesões genitais e está associada a diversos tipos de câncer, incluindo o câncer de colo do útero, de pênis, de ânus, de orofaringe e de boca. Para profissionais de saúde, conhecer as características do vírus, as formas de prevenção e manejo clínico é essencial para oferecer uma orientação adequada aos pacientes.


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✅ O que é o HPV?


O HPV é um vírus de DNA da família Papillomaviridae, com mais de 200 tipos identificados. Destes, cerca de 40 tipos infectam a região anogenital e podem ser classificados em:

  • Tipos de baixo risco oncogênico – como HPV 6 e 11, associados a verrugas genitais (condilomas).

  • Tipos de alto risco oncogênico – como HPV 16 e 18, responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer de colo do útero.


📊 Epidemiologia


  • O HPV é a IST mais comum no mundo, com estimativa de que 80% das pessoas sexualmente ativas terão contato com o vírus em algum momento da vida.

  • No Brasil, estima-se que mais de 9 milhões de pessoas sejam portadoras do HPV.

  • A transmissão ocorre principalmente pelo contato sexual, mas também pode ocorrer por contato pele a pele em regiões infectadas.


🔎 Como ocorre a transmissão?


  • Relações sexuais vaginais, anais e orais sem proteção.

  • Contato íntimo pele a pele com áreas infectadas.

  • Transmissão vertical, da mãe para o bebê durante o parto, embora seja menos comum.



🩺 Sinais e sintomas


A maioria das infecções por HPV é assintomática e autolimitada, mas quando há manifestações clínicas, podem ocorrer:

  • Verrugas genitais (condilomas acuminados)

  • Lesões precursoras de câncer (displasias)

  • Alterações no exame preventivo (Papanicolau)



🧪 Diagnóstico


  • Exame clínico – inspeção visual das lesões.

  • Papanicolau (colpocitologia oncótica) – para detecção de alterações no colo do útero.

  • Colposcopia e biópsia, quando indicadas.

  • Testes moleculares (PCR) – usados em casos específicos para identificação do DNA viral.



💉 Prevenção: papel fundamental da vacinação


A vacinação é a principal forma de prevenção contra os tipos de HPV de maior risco. No Brasil, estão disponíveis as vacinas:

  • Bivalente (HPV 16 e 18)

  • Quadrivalente (HPV 6, 11, 16 e 18) – utilizada no SUS

  • Nonavalente (HPV 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58) – disponível na rede privada

Público-alvo no SUS:

  • Meninas de 9 a 14 anos

  • Meninos de 11 a 14 anos

  • Pessoas imunossuprimidas (HIV+, transplantados, pacientes oncológicos) de 9 a 45 anos



🛡 Outras medidas de prevenção


  • Uso de preservativos (mas não elimina totalmente o risco, pois o vírus pode estar em áreas não cobertas).

  • Educação sexual e redução de parceiros ocasionais.

  • Vacinação de ambos os sexos, para promover imunidade coletiva.



🔬 Tratamento


  • Não existe tratamento específico para eliminar o vírus, mas é possível tratar as lesões causadas por ele.

  • Opções incluem:

    • Ácido tricloroacético

    • Crioterapia

    • Eletrocauterização

    • Excisão cirúrgica

Pacientes devem ser acompanhados para detecção precoce de possíveis lesões precursoras de câncer.



🎯 Papel do profissional de saúde na orientação


  • Explicar sobre a importância da vacinação e incentivar a imunização no público-alvo.

  • Combater mitos – como o de que a vacina pode estimular o início da vida sexual.

  • Estimular o uso de preservativos e a realização regular de exames preventivos.

  • Aconselhar pacientes com diagnóstico de HPV, enfatizando que a maioria das infecções é autolimitada e que ter HPV não significa necessariamente desenvolver câncer.


🔑

  • o que é HPV

  • tipos de HPV

  • vacina contra HPV

  • prevenção do HPV

  • sintomas do HPV

  • HPV em homens e mulheres

  • diagnóstico do HPV

  • tratamento de lesões por HPV

  • orientação para pacientes sobre HPV


📌 

O HPV é uma infecção extremamente prevalente, mas que pode ser prevenida com vacinação e hábitos sexuais seguros. Para profissionais de saúde, é essencial conhecer a doença, desmistificar informações incorretas e orientar pacientes de forma clara e humanizada, contribuindo para a redução da incidência de lesões precursoras de câncer e complicações associadas.


O HPV tem uma ligação direta com diversos tipos de câncer, principalmente o de colo do útero. Ele é considerado o principal fator de risco para essa doença, já que cerca de 99% dos casos de câncer de colo do útero estão associados à infecção persistente por tipos de alto risco do HPV, como o 16 e o 18.


Além disso, o HPV também pode causar câncer de pênis, ânus, boca e garganta. O problema é que, muitas vezes, a infecção é silenciosa, e as pessoas só descobrem quando a doença já evoluiu.


A boa notícia é que o HPV é prevenível, principalmente por meio da vacinação, que já demonstrou grande eficácia em reduzir a incidência de infecções e lesões precursoras de câncer. Em países onde a vacinação foi amplamente adotada, a taxa de câncer de colo do útero já vem diminuindo.


Minha opinião é que a prevenção deveria ser mais valorizada. Muitos ainda têm resistência à vacina por desinformação ou preconceito, e isso é um problema de saúde pública. Como profissionais de saúde, é fundamental orientar a população sobre a importância da vacinação, do uso de preservativos e do acompanhamento ginecológico regular, porque prevenir o HPV significa prevenir milhares de casos de câncer evitáveis.


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