CFF Protesta Contra Novo Marco do EaD e Cobra Coerência do MEC na Formação em Saúde

CFF protesta contra novo marco do EaD e cobra coerência do MEC com a formação em saúde


Conselho Federal de Farmácia (CFF) está em mobilização contra o novo Marco Regulatório da Educação a Distância (EaD), instituído por decreto do presidente Lula e do ministro da Educação, Camilo Santana. A medida, que deveria corrigir distorções no ensino em saúde, acabou por institucionalizar o EaD como regra, agora disfarçado de ensino "semipresencial".


Neste artigo, discutiremos os impactos dessa mudança na formação em saúde, as preocupações do CFF e de outras entidades representativas, e por que a qualidade do ensino presencial é insubstituível na área da saúde. Além disso, abordaremos as reivindicações do CFF e os próximos passos dessa luta.


O Novo Marco do EaD e Seus Impactos na Saúde


O Que Mudou com o Novo Decreto?

novo Marco Regulatório do EaD ampliou a possibilidade de cursos na modalidade a distância, incluindo 10 graduações da área da saúde, entre elas Farmácia, Enfermagem, Psicologia e Nutrição. A justificativa do Ministério da Educação (MEC) foi a de "modernizar" e "flexibilizar" o ensino superior.

No entanto, o CFF e outros conselhos de saúde veem a medida como um retrocesso, pois:

  1. Flexibiliza demais a formação em saúde, que exige prática constante e contato direto com pacientes.

  2. Desrespeita acordos anteriores, nos quais o MEC havia se comprometido a priorizar o ensino presencial na saúde.

  3. Pode prejudicar a qualidade dos profissionais, afetando diretamente a segurança da população e o Sistema Único de Saúde (SUS).

Por Que o EaD Não é Adequado para Cursos da Saúde?

formação em saúde demanda:

  • Aulas práticas em laboratórios

  • Estágios supervisionados

  • Contato direto com pacientes

  • Desenvolvimento de habilidades manuais e de raciocínio clínico

ensino a distância, mesmo no formato "semipresencial", não consegue suprir essas necessidades. Um farmacêutico, por exemplo, precisa saber manipular medicamentos, interpretar exames e orientar pacientes – competências que não podem ser aprendidas apenas online.



A Mobilização do CFF e das Entidades Representativas


Nota de Protesto e Pressão no MEC

No dia 19 de maio de 2025, o CFF publicou uma nota de protesto contra o novo marco do EaD e marcou presença no lançamento oficial da política no MEC. Representantes do Conselho, incluindo o presidente Walter da Silva Jorge João, conselheiros federais e assessores, reafirmaram a insatisfação com a medida.

Além disso, com o apoio da deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), farmacêutica e defensora da educação de qualidade, o CFF se reuniu com:

  • Gregório Grisa, secretário executivo adjunto do MEC

  • Coordenadora-geral de Regulação da Educação Superior

Também estavam presentes:

  • Conselho Nacional de Saúde (CNS)

  • União Nacional dos Estudantes (UNE)

  • Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar)

Principais Reivindicações

  1. Revisão imediata do decreto que amplia o EaD na saúde.

  2. Cumprimento dos acordos anteriores, que previam formação predominantemente presencial.

  3. Audiência com o ministro Camilo Santana para discutir os impactos da medida.

presidente do CFF foi enfático:

"O que foi apresentado como um novo marco regulatório é, na verdade, uma maquiagem do antigo EaD. A população brasileira e o SUS precisam de ensino sério, de qualidade, especialmente na área da saúde. E não se faz qualidade com flexibilização. O Conselho Federal de Farmácia vai continuar cobrando coerência, responsabilidade e respeito aos compromissos assumidos."


 

Os Riscos do EaD na Saúde: Evidências e Preocupações


1. Qualidade do Ensino e Formação Técnica

Estudos mostram que cursos da saúde exigem carga horária prática significativa. Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que a formação médica e farmacêutica deve ser prioritariamente presencial, pois:

  • Habilidades clínicas exigem treinamento supervisionado.

  • Erros na saúde podem custar vidas.

  • Pacientes precisam de profissionais bem preparados.

2. Impacto no SUS e na Saúde Pública

Sistema Único de Saúde (SUS) já enfrenta desafios como falta de recursos e profissionais. Se a formação for precária devido ao EaD, os problemas podem se agravar:

  • Atenção farmacêutica inadequada

  • Erros em prescrições e dispensação de medicamentos

  • Falta de preparo para emergências

3. Desvalorização Profissional

flexibilização excessiva pode levar a:

  • Diplomas desvalorizados no mercado

  • Dificuldade de reconhecimento internacional

  • Concorrência desleal entre instituições sérias e "fábricas de diplomas"


O Que Esperar dos Próximos Passos?


MEC se comprometeu a encaminhar as demandas ao ministro Camilo Santana. O CFF e outras entidades permanecerão vigilantes, pois:

✅ A saúde não pode ser tratada com flexibilizações perigosas.
✅ O SUS merece profissionais bem formados.
✅ A população brasileira precisa de garantias de qualidade.

A luta não acabou, e o CFF continuará pressionando por:

  • Transparência nas decisões do MEC

  • Participação dos conselhos profissionais nas políticas educacionais

  • Manutenção do rigor na formação em saúde


Educação de Qualidade é Investimento em Saúde


Conselho Federal de Farmácia (CFF) está na linha de frente contra o avanço indiscriminado do EaD na saúde. A flexibilização proposta pelo MEC põe em risco a qualidade dos profissionais e a segurança dos pacientes.

É essencial que:

🔹 O MEC reveja o decreto e cumpra acordos anteriores.
🔹 A sociedade se mobilize pela valorização do ensino presencial.
🔹 Os profissionais da saúde sejam ouvidos nas decisões políticas.

Farmácia e as demais profissões da saúde merecem respeito. A população brasileira merece atendimento qualificado. Por isso, o CFF não recuará nesta luta.

Acompanhe as atualizações e junte-se a nós nessa causa!


FONTE:CFF








 

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