
Brasil registra mais de 45 mil internações por envenenamento em 10 anos
Um levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) revelou que, nos últimos dez anos, o Brasil registrou 45.511 internações hospitalares por envenenamento. Os dados chamam a atenção não apenas pelo volume, mas também pelo perfil das vítimas: jovens e crianças aparecem entre os mais atingidos.
Leia também:
Rússia: Vacina Contra o Câncer Apresenta Resultados impressionantes está pronta para uso
🚨 Números preocupantes
A média foi de 4.551 casos por ano entre 2009 e 2024, o que representa cerca de 379 registros mensais, ou 12,6 casos por dia.
Segundo a Abramede, isso significa que a cada duas horas uma pessoa é internada no SUS devido à ingestão de substâncias tóxicas ou reações severas.
Além disso, a entidade alerta para três pontos críticos:
-
a ampla disponibilidade de venenos no mercado;
-
a fragilidade da fiscalização;
-
e o uso dessas substâncias em episódios de violência interpessoal.
💊 Substâncias mais associadas
O levantamento mostrou predominância de intoxicações causadas por:
-
Analgésicos (maior número de casos acidentais);
-
Pesticidas;
-
Álcool;
-
Anticonvulsivantes;
-
Drogas e substâncias químicas não especificadas.
📍 Distribuição regional
A maior parte dos registros ocorreu no Sudeste, que concentrou quase metade dos atendimentos no período:
-
São Paulo: 10.161 casos;
-
Minas Gerais: 6.154 casos.
Em seguida aparecem:
-
Sul: 9.630;
-
Nordeste: 7.080;
-
Centro-Oeste: 5.161;
-
Norte: 3.980.
⚠️ Intoxicações intencionais
Dos 45 mil casos, 3.461 internações foram causadas por intoxicações intencionais de terceiros, muitas vezes em alimentos e bebidas envenenados.
O Sudeste novamente liderou, com 1.513 casos, mas todas as regiões apresentaram números próximos (entre 435 e 551 registros cada).
👩👩👧 Perfil das vítimas
-
Homens representaram 23.796 internações.
-
Jovens adultos (20 a 29 anos): 7.313 casos.
-
Crianças de 1 a 4 anos: 7.204 casos.
-
Bebês menores de 1 ano e idosos acima de 70 anos foram menos atingidos, mas ainda em números preocupantes.
📰 Casos recentes chocaram o país
A gravidade do problema se reflete em episódios recentes:
-
Dezembro/2024 – Torres (RS): família vítima de envenenamento com arsênio em um bolo; três mortos.
-
Janeiro/2025 – Parnaíba (PI): ceia de Réveillon contaminada com inseticida; cinco mortos, incluindo um bebê.
-
Abril/2025 – Imperatriz (MA): duas crianças morreram após consumir ovo de Páscoa envenenado.
-
Abril/2025 – Natal (RN): bebê de 8 meses morreu após ingerir açaí contaminado.
✅ O que especialistas defendem
Segundo a Abramede, os dados reforçam a necessidade de:
-
Fortalecer medidas de fiscalização;
-
Restringir o acesso a substâncias de alto risco;
-
Capacitar e estruturar equipes médicas de emergência;
-
Investir em campanhas educativas sobre os riscos de intoxicações.
📌
O envenenamento continua sendo um grave problema de saúde pública no Brasil, com impactos que vão além das estatísticas. Crianças e jovens estão entre os mais vulneráveis, e os casos recentes demonstram que a realidade é urgente.
A prevenção, aliada à fiscalização rigorosa e à educação da população, pode reduzir os índices e salvar milhares de vidas.



Nenhum comentário:
Postar um comentário