Enfermeiros capacitados poderão inserir implante contraceptivo pelo SUS: Implanon será ampliado em todo o Brasil
O Sistema Único de Saúde (SUS) acaba de dar um passo importante no fortalecimento da saúde reprodutiva das mulheres brasileiras. Até o final de 2025, o Implanon, implante contraceptivo de longa duração, será ampliado para toda a população feminina em idade fértil. A novidade representa um marco histórico: além da ampliação do acesso gratuito ao método, enfermeiros capacitados também poderão realizar a inserção do contraceptivo.
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O que é o Implanon?
O Implanon é um bastão pequeno e flexível de apenas 4 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro, inserido sob a pele do braço. Contém 68 mg de etonogestrel, hormônio que é liberado de forma contínua na corrente sanguínea, impedindo a ovulação e dificultando a passagem dos espermatozoides pelo colo do útero. Sua ação garante alta eficácia na prevenção da gravidez por até três anos.
Na rede privada, o dispositivo pode custar até R$ 4 mil, valor inacessível para a maioria da população. Com a iniciativa do SUS, o método se torna gratuito e acessível a milhares de mulheres em todo o país.
Quem pode inserir o Implanon pelo SUS?
De acordo com a Resolução Cofen nº 690/2022 e o Parecer Técnico nº 277/2017, enfermeiros capacitados estão autorizados a realizar o procedimento de inserção do Implanon. Isso amplia a capilaridade da assistência em saúde da mulher, especialmente em regiões com escassez de médicos, e fortalece o papel da enfermagem no cuidado primário.
A decisão também está alinhada com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda a ampliação do uso de métodos contraceptivos de longa duração como estratégia eficaz de controle de natalidade e autonomia reprodutiva.
Ampliação no SUS: 1,8 milhão de unidades até 2026
Segundo o Ministério da Saúde, o plano é distribuir 1,8 milhão de dispositivos até 2026. Após a publicação da portaria que oficializa a incorporação do Implanon ao SUS, as áreas técnicas terão 180 dias para concluir as etapas operacionais: atualização de protocolos, aquisição e distribuição dos insumos e capacitação das equipes.
Alta eficácia: método comparável à laqueadura
Estudos comparativos demonstram que o Implanon possui eficácia igual ou superior à laqueadura tubária, um método cirúrgico considerado definitivo. Além disso, apresenta vantagens como reversibilidade, procedimento minimamente invasivo e menor risco de complicações.
Veja a taxa de gravidez com diferentes métodos ao longo de 10 anos (uso típico, com falhas humanas):
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Camisinha: 9 em cada 10 mulheres engravidam
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Pílula anticoncepcional: 6 em cada 10 mulheres engravidam
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Implanon (implante hormonal): apenas 1 em cada 100 mulheres engravida
A diferença é significativa e reforça a necessidade de expandir o acesso a métodos de longa duração, como o DIU e o implante subdérmico.
Quem já tem acesso?
Mesmo antes da ampliação nacional, o Implanon já era ofertado pelo SUS a grupos específicos:
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Mulheres vivendo com HIV/AIDS e em uso de dolutegravir
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Mulheres em tratamento com talidomida
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Privadas de liberdade
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Trabalhadoras do sexo
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Mulheres em tratamento de tuberculose com aminoglicosídeos
A expansão representa um avanço na universalização da saúde sexual e reprodutiva, garantindo mais opções e autonomia para todas as mulheres brasileiras.
A importância da capacitação dos enfermeiros
A autorização para que profissionais de enfermagem realizem a inserção do Implanon fortalece a atenção básica, promove maior cobertura e reduz a sobrecarga em serviços especializados. Segundo o conselheiro federal Renée Costa, do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), “é uma excelente notícia! Estudos controlados demonstram a maior segurança e eficácia de métodos contraceptivos de longa duração”.
A atuação dos enfermeiros nessa área reafirma o compromisso com uma assistência segura, ética e baseada em evidências, contribuindo para o empoderamento feminino e o planejamento familiar.
A chegada do Implanon de forma ampla ao SUS é uma conquista da saúde pública e uma vitória para os direitos reprodutivos no Brasil. Ao capacitar enfermeiros para realizar o procedimento, o sistema fortalece a atenção primária e democratiza o acesso a métodos contraceptivos eficazes, seguros e duradouros.
A medida também reforça o papel da enfermagem como protagonista em políticas públicas de saúde da mulher, ampliando o cuidado e o acesso em todo o território nacional.




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