
📌 Ozempic “à brasileira” começa a ser vendido hoje — veja preços e como funciona
São Paulo, 4 de agosto de 2025 – A farmacêutica brasileira EMS inicia hoje a venda das primeiras canetas injetáveis produzidas no Brasil para o tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2. Os medicamentos Olire (para obesidade) e Lirux (para diabetes tipo 2) chegam como alternativa nacional aos produtos importados como Ozempic, Saxenda e Victoza
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💉 Como funcionam Olire e Lirux
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Ambos usam liraglutida, um análogo de GLP‑1 que regula o apetite, reduz a ingestão calórica, melhora o controle glicêmico e ajuda na perda de peso de forma consistente
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As aplicações são diárias — por via subcutânea (abdômen, coxa ou braço) — diferentemente da semaglutida (Ozempic/Wegovy), que é injetada uma vez por semana
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Indicações:
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Olire é indicado para adolescentes (a partir de 12 anos) e adultos com obesidade ou sobrepeso (IMC ≥27).
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Lirux pode ser usado por pacientes a partir de 10 anos com diabetes tipo 2
💰 Preços sugeridos e disponibilidade
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1 caneta (Olire ou Lirux): R$ 307,26
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2 canetas (Lirux): R$ 507,07
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3 canetas (Olire): R$ 760,61
Os produtos estão disponíveis nas redes Drogasil, Raia, Drogaria São Paulo e Pacheco, inicialmente nas regiões Sul e Sudeste, com expansão gradual para outras regiões nas próximas semanas
A EMS estima distribuir 100 mil canetas de Olire e 50 mil de Lirux até o fim de 2025, totalizando cerca de 150 mil unidades. A meta é alcançar 250 mil unidades neste ano e meio milhão até agosto de 2026
⚖️ Comparativo com os importados
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A semaglutida, presente no Ozempic, Wegovy e Mounjaro, permite maior perda de peso (até cerca de 17% em 68 semanas, contra aproximadamente 5 % com liraglutida em 56 semanas)
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Mesmo assim, Olire e Lirux custam até R$ 500 a menos que suas versões importadas (Ozempic com PMC de até R$ 1.299,70 no Brasil)
🚀 Estratégia e impacto nacional
A EMS — maior laboratório farmacêutico brasileiro — investiu mais de R$ 1 bilhão na construção de uma fábrica de peptídeos em Hortolândia (SP), com capacidade inicial para produzir 20 milhões de canetas por ano, podendo chegar a 40 milhões . A empresa projeta faturar US$ 2 bilhões no Brasil e outros US$ 2 bilhões no exterior nos próximos oito anos com essa plataforma
A expectativa é que, com a queda de patentes da semaglutida (em 2026), outros laboratórios brasileiros — como a Hypera — entrem nessa disputa com versões próprias, intensificando a competição e potencialmente trazendo mais redução de preços
📋 Resumo prático
| Medicamento | Indicação | Embalagem | Preço sugerido |
|---|---|---|---|
| Olire | Obesidade (a partir de 12 anos) | 1 caneta | R$ 307,26 |
| Olire | Obesidade | 3 canetas | R$ 760,61 |
| Lirux | Diabetes tipo 2 (a partir de 10) | 1 caneta | R$ 307,26 |
| Lirux | Diabetes tipo 2 | 2 canetas | R$ 507,07 |
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São opções mais acessíveis, com produção nacional e preços até 70% inferiores aos medicamentos importados.
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Uso sob prescrição médica obrigatória, com retenção da receita nas farmácias desde junho de
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A presença nacional promete mais regularidade no abastecimento e independência da importação.
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Quem busca maior redução de peso pode optar por semaglutida, mas com custo significativamente maior.
A chegada do "Ozempic brasileiro" — representado por Olire e Lirux da EMS — é um avanço muito positivo para a saúde pública e para o acesso da população a tratamentos modernos. Até então, a maioria desses medicamentos era importada e com preços extremamente elevados, tornando o uso contínuo inviável para muitos brasileiros, especialmente em um país com alta prevalência de obesidade e diabetes tipo 2.
Pontos positivos:
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Mais acessível: O preço é consideravelmente mais baixo que o Ozempic importado. Isso democratiza o acesso a terapias eficazes.
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Produção nacional: Reduz a dependência de importações e garante abastecimento mais estável.
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Potencial de gerar concorrência: Com mais players no mercado, como a EMS e futuramente a Hypera, os preços podem cair ainda mais.
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Boas indicações: A liraglutida já é bem estudada, tem eficácia comprovada e segurança estabelecida.
Pontos de atenção:
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Menor potência na perda de peso: Comparada à semaglutida (Ozempic), a liraglutida geralmente resulta em perda de peso mais modesta.
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Aplicação diária: Pode ser um incômodo para o paciente, diferentemente da semaglutida, que é semanal.
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Precisa de acompanhamento rigoroso: Ainda que mais acessível, não deve ser visto como “milagre” ou vendido indiscriminadamente. É um medicamento sério, que exige acompanhamento médico e farmacêutico.
Essa é uma ótima notícia, especialmente do ponto de vista da farmácia clínica, da saúde pública e da economia do paciente. Mas é fundamental que esses medicamentos não sejam banalizados, como já aconteceu com o próprio Ozempic em redes sociais. A atuação do farmacêutico será essencial nesse cenário — tanto na orientação quanto na farmacovigilância.
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