Ozempic brasileiro: Olire: a primeira caneta contra obesidade fabricada no Brasil

🌟 Olire: a primeira caneta contra obesidade fabricada no Brasil


A farmacêutica brasileira EMS deu um passo histórico ao lançar no início de agosto de 2025 a Olire, a primeira caneta injetável contra a obesidade com produção 100% nacional 



Contexto e inovação


A Olire utiliza como princípio ativo a liraglutida, um análogo do GLP‑1 já conhecido por medicamentos como Saxenda e Victoza, da Novo Nordisk . Diferente de Ozempic e Wegovy, que usam a semaglutida, a liraglutida exige aplicação diária e possui uma dinâmica de ação ajustável pelo médico dentro das dosagens aprovadas (até 3 mg/dia para Olire e até 1,8 mg/dia no Lirux).


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Lançamentos e canais de venda


A EMS também disponibilizou o Lirux, voltado ao controle do diabetes tipo 2 com o mesmo princípio ativo . Na fase inicial foram distribuídas 100 mil unidades de Olire e 50 mil de Lirux nas redes Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco, com disponibilidade gradual nas regiões Sul e Sudeste do país . Segundo a EMS, o objetivo é alcançar 250 mil unidades até o fim de 2025 e 500 mil até agosto de 2026.



Preço e acessibilidade


Os valores sugeridos são bem mais competitivos: a partir de R$ 307,26 por uma caneta (Olire, embalagem com 1 caneta) e, conforme pacotes e tipo, entre R$ 507,07 (Lirux, com 2 canetas) e R$ 760,61 (Olire, com 3 canetas) . Os preços ficam 10% a 20% abaixo das marcas estrangeiras de referência.



Regulamentação e prescrição


Desde abril de 2025, a Anvisa exige retenção da receita médica nas farmácias para prescrição de agonistas de GLP‑1 (como a liraglutida), com receita válida por até 90 dias e venda apenas mediante prescrição registrada na farmácia. A medida visa evitar o uso indiscriminado e requer acompanhamento médico contínuo, mesmo para os novos lançamentos nacionais.



Comparativo com Ozempic/Wegovy


Embora a Olire não utilize semaglutida, é relevante destacar que este princípio ativo tem sido empregado pela Novo Nordisk em medicamentos de grande sucesso, como Ozempic (para diabetes tipo 2) e Wegovy (para obesidade). Após queda de sua patente no Brasil em 2024, concorrentes nacionais como a EMS puderam lançar versões baseadas em liraglutida, com produção nacional e preços inferiores. Vale lembrar que Ozempic e Wegovy tiveram cortes de preço recentes, com redução de até quase 20% em algumas dosagens



Impacto e perspectivas


O mercado brasileiro de tratamentos com agonistas de GLP‑1 tem crescido aceleradamente — um estudo indica expansão em região de 15,5% a 39% no período recente, e as projeções para os próximos anos incluem dezenas de novos medicamentos nessa classe até 2029. A entrada da Olire posiciona a EMS como pioneira entre empresas brasileiras e abre caminho para maior competição e acesso mais democrático a tratamentos contra obesidade. Estima-se ainda que o mercado pode gerar receita anual de R$ 3,3 bilhões só em medicamentos semelhantes ao Ozempic 


📝 

Com o lançamento do Olire, a EMS marca um novo marco na indústria farmacêutica brasileira: um produto nacional, inovador e mais acessível para o tratamento da obesidade. O anúncio reforça a importância do acompanhamento médico, da regulamentação da Anvisa e da competição no setor para reduzir custos e ampliar o acesso.


🧬 Como funciona a liraglutida no organismo?


A liraglutida é um análogo do GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1), um hormônio natural que:

  • Aumenta a saciedade, ou seja, faz a pessoa se sentir cheia por mais tempo;

  • Retarda o esvaziamento gástrico, o que contribui para a redução do apetite;

  • Estimula a secreção de insulina quando os níveis de glicose estão altos (importante para diabéticos);

  • Inibe a secreção de glucagon, ajudando no controle glicêmico.

Esses efeitos ajudam tanto no controle do diabetes tipo 2 quanto na perda de peso, principalmente quando associados à mudança de hábitos alimentares e atividade física.



📉 Qual a eficácia da Olire para emagrecer?


Estudos clínicos com a liraglutida mostram que pacientes que a utilizam, junto com dieta e exercícios, podem perder entre 5% e 10% do peso corporal em até 6 meses. Essa perda de peso ajuda a controlar doenças associadas, como:

  • Hipertensão arterial

  • Pré-diabetes e diabetes tipo 2

  • Dislipidemia (colesterol alto)

  • Apneia do sono

Embora não seja “milagrosa”, a caneta é um recurso importante para pacientes com IMC elevado, que não conseguem perder peso apenas com mudanças no estilo de vida.



🇧🇷 Por que a Olire é tão importante para o Brasil?


  1. Produção nacional: Reduz a dependência de medicamentos importados.

  2. Preço mais acessível: Com menos impostos e logística local, o preço tende a cair até 20% em relação aos concorrentes internacionais.

  3. Ampliação do acesso: Pode beneficiar usuários do sistema privado e também abrir caminho para futuras negociações com o SUS.

A EMS também disse que planeja, futuramente, ampliar a produção e tornar a Olire uma opção viável para programas públicos de saúde, o que seria um passo gigante para o combate à obesidade em larga escala.



⚠️ Uso seguro e contraindicações


Apesar dos benefícios, a Olire não deve ser usada por qualquer pessoa. É contraindicada para:

  • Pessoas com histórico de câncer de tireoide medular ou neoplasia endócrina múltipla tipo 2;

  • Gestantes;

  • Lactantes;

  • Crianças e adolescentes (não há estudos suficientes nessa faixa etária).

Além disso, pode causar efeitos colaterais, como:

  • Náuseas

  • Vômitos

  • Diarreia

  • Dor abdominal

  • Redução do apetite (esperado)

Por isso, a avaliação médica é fundamental antes de iniciar o uso.



📌 Diferenças entre Olire, Saxenda, Wegovy e Ozempic


NomePrincípio AtivoUso aprovadoFrequência da aplicaçãoProdução
OlireLiraglutidaObesidade1x ao diaBrasil (EMS)
SaxendaLiraglutidaObesidade1x ao diaImportado (Novo Nordisk)
OzempicSemaglutidaDiabetes tipo 21x por semanaImportado (Novo Nordisk)
WegovySemaglutidaObesidade1x por semanaImportado (Novo Nordisk)


💡 Observação: a semaglutida é mais potente, com efeito prolongado, mas mais cara. Já a liraglutida tem mais estudos de longo prazo e pode ser mais acessível para populações de baixa renda.









 





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